Quase tão antigo quanto a origem do termo radier é também o preconceito que este sistema de construção, durante muitos anos, sofreu no Brasil.
De origem romena, o termo radier ficou conhecido no passado como a técnica utilizada na construção de aquedutos, estruturas que formavam um canal ou uma galeria subterrânea ou à superfície para a conduzir água.
Atualmente, segundo a ACI 360R-10 (2010), radiers são lajes construídas diretamente sobre o solo e que tem como objetivo principal suportar as cargas da obra aplicadas por intermédio da tensão que pode ser admitida pelo terreno.
O preconceito da engenharia nacional em relação aos radiers ficou centrado na tese de que a técnica era destinada apenas na construção de casas ou sobrados, geralmente construções de baixo custo.
Nos últimos anos, o sistema ganhou espaço e credibilidade e vem provando sua eficiência técnica e econômica. Parte deste sucesso é baseado na evolução dos radiers feitos em concreto protendidos, uma evolução aos radiers de concreto armado.
A técnica com concreto protendido já havia se consolidado em obras em grandes áreas, como salões de festas e estacionamentos e já há algum tempo passou a ser utilizada em construções de prédios de 7, 9 e 12 andares.
O radier de concreto protendido pode ser definido como um tipo de fundação rasa que funciona como uma laje contínua, que está em contato direto com o solo que irá receber as cargas oriundas de pilares e paredes. Este elemento estrutural é utilizado quando as sapatas se aproximam umas das outras ou se sobrepõem e quando se deseja uniformizar os recalques. A utilização do radier protendido reduz o tempo de execução da obra, a mão de obra e o custo em até 35% comparado com outros sistemas de fundações.
Esta técnica utiliza uma tela com cabos de aço coberta com concreto. Depois aplicado o concreto e antes da secagem completa (cura), os cabos de aço são esticados (tensionados) com um macaco hidráulico.
O radier protendido é feito com armadura ativa, um aço de alta resistência utilizado para protender o concreto, normalmente constituído por uma cordoalha engraxada e plastificada formada por sete fios. A cordoalha é beneficiada e cortada de acordo com especificações e tamanhos exigidos pelo engenheiro projetista, e pode ser entregue na obra dessa forma ou em bobinas.
